Dicas de renegociação de dívidas e organização de finanças para empresas


O alto endividamento de empresas pode colocar em risco a sobrevivência do negócio, dificultar aprovação de empréstimo (sim, na hora mais necessária) e trazer muita dor de cabeça para o empreendedor. Em um contexto de crise, a situação é ainda mais comum. No entanto, algumas dicas fazem a diferença na renegociação das dívidas.

Se já aconteceu com você, também é preciso estudar como organizar as finanças para que a situação não chegue a esse ponto de novo. Neste artigo, vamos mostrar algumas estratégias para lidar com o endividamento e como fazer para colocar as finanças em ordem.

Saiba qual seu grau de endividamento

Antes de solucionar qualquer situação, você precisa entender o cenário em detalhes. No caso das dívidas, coloque tudo no papel. Analise os contratos, taxas de juros e categorize as contas atrasadas em urgentes (precisam ser pagas ontem), importantes (pagar o quanto antes) e normais (aquelas que podem esperar um pouco).

Priorize dívidas mais altas e com maior impacto no seu negócio

Depois de classificar as dívidas, comece a negociar as contas urgentes. No tópico anterior, falamos que “devem ser pagas ontem”. São aqueles compromissos financeiros que têm mais impacto no seu negócio, como aluguel e suprimentos sem os quais a sua empresa para, por exemplo. Ou seja, aquilo que é essencial.

Faturas ou contratos com valores altos e taxas de juros maiores também devem estar nessa categoria. Isso porque, com o tempo, o valor dessa dívida vai te comprometer ainda mais. Depois, siga para as contas que são importantes e, por fim, para as categorizadas como normais.

Você pode fazer contraproposta para o credor, sim

Ao saber quais são as contas que estão na frente, é hora de renegociar as dívidas. Mais do que ir com uma proposta, um sábio conselho de gestores é nunca ficar sem jeito nesse momento. Os credores também têm interesse em receber. Dessa forma, fique atento se as condições estão justas. Caso não estiverem, faça uma contraproposta.

Procure por mutirões de dívidas

Os credores têm tanto interesse em receber que há feirões de renegociação em todos os setores: públicos e privados. No final de 2020, o Governo Federal promoveu o Mutirão de Renegociação Tributária. O abatimento nos juros era de até 70% e os descontos na dívida chegaram a 100%.

Ou seja, esse tipo de evento é uma grande oportunidade para renegociar as dívidas da empresa. Fique atento e não deixe de aproveitar essas oportunidades.

Faça portabilidade da dívida

Outra dica valiosa para a renegociação é a portabilidade da dívida. Está disponível para contas relacionadas a bancos, como financiamentos. Quando você pede portabilidade, os bancos sabem que você está em busca de melhores condições. Dessa forma, as chances de eles fazerem uma proposta melhor são grandes. Não fique receoso, as instituições são obrigadas a facilitar esse trâmite, passar todas as informações.

Estar com as finanças organizadas facilita renegociação

Soa contraditório, mas estar com a parte financeira organizada facilita a renegociação. Mas não é porque suas dívidas saíram um pouco do normal que não é possível estar com tudo em ordem. A lógica é simples, ninguém está livre de contratempos no empreendedorismo, vide a crise que o Coronavírus causou em todo mundo.

“O empresário precisa saber que a renegociação não depende apenas da vontade dele, mas de um alinhamento com as condições oferecidas pelo credor. Então, quanto mais ele estiver com a gestão financeira da empresa em dia e preparado para renegociar, munido das informações sobre a dívida, mais fácil fica para encontrar uma solução adequada para o negócio”, disse o analista de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae, Adalberto Luiz.

Por isso, a segunda parte deste artigo será sobre como organizar as finanças.

Negócios, negócios, vida pessoal à parte

Parece óbvio, mas vale dizer porque nem todo mundo separa as finanças pessoais da empresarial. Acontece, principalmente, quando a empresa é de um único dono ou a estrutura é familiar. Por isso, não pague suas contas ou da família com o caixa da empresa. Retiradas fora de época também são bastante prejudiciais. Você, que é CEO, é um funcionário também e, quem manda, realmente, é a condição do negócio. Assim, peça um vale ou espere a data de recebimento.

É tentador pegar o dinheiro em momentos difíceis, porém é necessário separar a vida empresarial da pessoal.

Use um sistema de gestão e toda tecnologia a seu favor

As novas opções de administração digital fazem toda diferença. Em um mesmo local, você tem seu fluxo de caixa, informações bancárias e muito mais. Com poucos cliques, você consegue acessar dados essenciais, bem como lançá-los. Sem papel por todos os lados e com um bom sistema, torna-se mais simples ter tudo sob controle.

Tenha bons profissionais da área de finanças ao lado

As empresas precisam no mínimo de um contador. Ele é um profissional estratégico, embora muita gente o veja apenas como alguém para cumprir obrigações fiscais. Porém, bons profissionais ajudam você a ter um planejamento tributário adequado, te ajudam a ficar em dia com as obrigatoriedades e conseguem fornecer dados para que você tome as melhores decisões.

Se possível, tenha bons gestores financeiros. Contratar um consultor nessa área também pode ajudá-lo a organizar a casa.

Avalie mensalmente a situação financeira

Finanças são algo que não organizamos apenas uma vez. É preciso parar e rever os números sempre. Reserve pelo menos uma vez por mês para avaliar tudo. Também indicamos que você considere todo o seu contexto antes de realizar um investimento na empresa. Não são todas as dívidas que são negativas, algumas são necessárias. Mas avalie o que a melhoria vai trazer para você financeiramente e se não há muitas contas de aportes aplicados para quitar.

Preparado para deixar a saúde financeira da sua empresa em dia? Torcemos para que seu negócio seja sempre próspero e pelo seu sucesso, por isso sempre publicamos dicas aqui. Acompanhe nosso blog e fique por dentro! 

Texto: Talita Camargos

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