As senhas são um mecanismo de segurança básico, um dos elementos-chave para garantir proteção e privacidade on-line. Apesar disso, pela praticidade e receio de esquecê-las, muitas pessoas optam por usar códigos muito fracos e/ou repetidos em diferentes sites.
Segundo uma pesquisa realizada pela LastPass Sharing, 59% dos usuários costumam utilizar as mesmas sequências em mais de um serviço digital, quando não em todos eles.
No entanto, embora seja comum, esse hábito não é nem de longe o mais indicado no quesito segurança. Isso porque, ao usar a mesma combinação sempre, a barreira que deveria servir como chave de proteção, se descoberta, pode facilitar os ataques cibernéticos e servir como porta de entrada para hackers.
Felizmente, hoje é possível encontrar ferramentas que auxiliam no gerenciamento de senhas e permitem que os usuários guardem suas combinações com segurança, e não as esqueçam mais. Continue a leitura deste artigo até o final para saber quais são.
Gerenciamento de senhas: por que adotar?
É possível responder a esta pergunta com apenas uma palavra: segurança.
Mais do que nunca, observamos uma constante evolução no volume de ocorrências e na sofisticação de ataques cibernéticos em todo o mundo. Para se ter uma ideia, somente em 2022, no Brasil, foram registradas cerca de 103,16 bilhões de ataques em ambientes digitais, segundo dados levantados pelo FortiGuard Labs, o que colocou o país em segundo lugar no ranking das nações mais atingidas por hackers da América Latina.
A verdade é que existem uma série de ações que facilitam o acesso de terceiros às senhas e contas pessoais e corporativas. O compartilhamento e exposição de códigos, e a criação de sequências fracas e óbvias, por exemplo, são algumas das atitudes que devem ser evitadas, uma vez que colocam em risco seu sigilo e proteção.
Em contrapartida, há alguns hábitos que podem ser adotados pelos usuários para impedir que eles se tornem vítimas de ataques na web, como o gerenciamento de senhas.
Para empresas, essa gestão pode ser um grande desafio, uma vez que há um imenso volume de acessos a diferentes serviços, portais e sistemas no dia a dia de trabalho. Neste caso, a criação de estratégias para centralizar e gerir múltiplas contas pode ser uma boa alternativa, aliada à criação de uma política de senhas.
Já para usuários comuns, o gerenciamento pode ser feito com o auxílio de algumas ferramentas – sobre as quais falaremos adiante – e adoção de boas práticas no cotidiano, como não compartilhar e trocar os códigos periodicamente.
Como as senhas podem ser descobertas e exploradas
Como mostramos, a má gestão de senhas é uma porta de entrada para a ação de cibercriminosos que investem em táticas cada vez mais diversas e avançadas para roubá-las.
E-mails falsos, golpes de phishing, estratégias de engenharia social, automações de tentativas e erros são apenas alguns exemplos dos métodos adotados por hackers para acessar as contas dos usuários. Também existem outras maneiras, como:
- Uso de computador infectado por vírus, que permite o roubo das credenciais de acesso;
- Acesso ao arquivo no qual as senhas estão registradas;
- Utilização de táticas de engenharia social que convencem o usuário a fornecer os dados de acesso de forma voluntária, sem que saibam suas reais intenções;
- Utilização de ferramentas hacker de força bruta.
Ferramentas que auxiliam no gerenciamento de senhas
A tecnologia, ao mesmo tempo que oferece riscos aos usuários, disponibiliza outros recursos para preservar a sua segurança, e evitar que eles sejam vítimas de golpes e outras ações maliciosas em ambiente virtual. Com os códigos de acesso não é diferente.
Atualmente, é possível encontrar ferramentas que facilitem o gerenciamento de senhas e permitem que as pessoas guardem-nas com segurança. Conheça alguns desses recursos a seguir.
Gerenciadores de senhas
Os gerenciadores de senhas são sistemas criados para armazenar os códigos de acessos e evitar ter que se lembrar de cada um deles todas as vezes que os utilizadores fizerem logins em sites ou aplicativos. Nesse caso, é necessário memorizar apenas a senha mestra para conseguir entrar na ferramenta.
Uma característica interessante dessas ferramentas é o fato de que muitas delas contam com geradores de sequências. O sistema cria códigos fortes e difíceis, além de ser capaz de identificar senhas duplicadas.
Cofres de senhas digitais
Os cofres de senhas funcionam de forma semelhante aos gerenciadores. Por meio deles, é possível guardar, de maneira simples e segura, as credenciais de acesso de redes sociais, aplicativos bancários e outros serviços on-line. Assim, o usuário consegue manter todos os seus códigos protegidos sem precisar repeti-los ou anotá-los.
Alguns cofres ainda podem gerenciar todas as atividades realizadas por meio dos dados cadastrados, como os horários de acesso, o equipamento usado e as interações com o sistema.
Boas práticas de gestão de senhas
Ferramentas como os gerenciadores e cofres são ótimos recursos para manter as senhas seguras. No entanto, apenas o uso deles pode não ser suficiente.
A adoção de boas práticas de gestão também é fundamental, pois, dessa forma, as chances de os códigos serem descobertos por terceiros são ainda menores.
Contas diferentes, senhas diferentes
Um erro muito comum entre os usuários é usar os mesmos códigos de acesso para contas e serviços distintos. Outros, ainda, apostam em sequências parecidas ou alteram somente a variação final, substituindo um número ou letra.
Esse costume, no entanto, deve ser evitado. O ideal é investir em credenciais diferentes para cada conta em aplicativos e sites.
Senhas mais longas são as melhores
Alguns especialistas em segurança digital afirmam que senhas mais longas são sempre mais seguras que as mais curtas. Isso porque a tendência dos hackers é usar a força bruta para invadir contas virtuais, e o fato de terem muitas palavras adicionadas à sequência torna esse ataque ainda mais difícil.
Desta forma, usar frases como senhas é uma boa opção, desde que sejam compostas por símbolos, pontos, números, e letras maiúsculas e minúsculas intercaladas.
Troca periódica de códigos
Pouca gente sabe, mas as senhas devem ser trocadas de tempos em tempos. Não existe uma regra específica quanto à periodicidade, mas é importante que ela não seja tão curta como de mês em mês, e nem tão longa, como de ano em ano.
A troca também deve acontecer em casos de invasão de contas pessoais ou se houver desconfiança acerca de um possível ataque cibernético.
A boa e velha verificação de duas etapas
Apesar de ser um recurso mais antigo, a autenticação de dois fatores ainda se mostra eficiente como uma camada extra de proteção em contas digitais.
Ela pode ser habilitada em contas de e-mail, redes sociais e até acessos de aplicativos bancários, a fim de confirmar a identidade do usuário. A dupla verificação pode ser feita a partir de diferentes métodos de confirmação, que incluem mensagens SMS ou códigos enviados por e-mail, por exemplo.
Certificado digital para proteção de dados
Tanto os gerenciadores de senhas quanto os cofres digitais são compostos por uma tecnologia comum usada nos certificados digitais: a criptografia. Trata-se de uma proteção além da senha, capaz de evitar o acesso de terceiros mal-intencionados às contas, documentos e informações presentes em ambiente virtual.
No dispositivo, o mecanismo impede fraudes de dados e permite que transações financeiras ou tributárias, por exemplo, aconteçam de forma totalmente confidencial.